Estiagem e falta de planejamento faz cidades enfrentarem racionamento de água no interior de SP: ‘Num dá para esperar a chuva’, diz especialista
Estiagem prolongada força cidades do interior de SP a racionar água Uma seca de pelo menos três meses atinge cidades do interior de São Paulo. Tomar banho d...

Estiagem prolongada força cidades do interior de SP a racionar água Uma seca de pelo menos três meses atinge cidades do interior de São Paulo. Tomar banho de caneca, entrar na fila para receber galão de água, agora são rotina para milhares de pessoas. Em Bauru (SP), a maior cidade do centro-oeste paulista, com quase 400 mil habitantes, 10% da população convive com o racionamento de água há mais de um mês. São 24 horas com abastecimento e 72 com torneiras secas. “O pouco de água que a gente tem, a gente tenta lavar um pouco de roupa, se organiza. Só que assim, eu não tenho água nem para fazer comida”, afirma a dona de casa Elaine Massuci. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Na casa da Márcia, quando a água chega, não tem força para encher a caixa. A alternativa tem sido reservar em baldes. “Para fazer o básico, lavar uma louça, lavar uma verdura, passar um pano pela mesma casa para tirar um pouco do pó”, conta a dona de casa Márcia Gomes. Lagoa de captação do Rio Batalha em setembro de 2025 Gabriel Pelosi/TV TEM O Rio Batalha é a principal fonte de abastecimento para os cerca de 100 mil moradores de mais de 90 bairros de Bauru, que estão incluídos no racionamento de água. O nível ideal da lagoa de captação do Rio Batalha é de 3 metros e 20 centímetros, mas atualmente tem ficado em torno dos 2 metros. LEIA TAMBÉM DAE amplia racionamento de água após Rio Batalha registrar menor nível do ano em Bauru Crise hídrica e ocorrências de incêndios levam prefeitura a decretar situação de emergência em Bauru Já são mais de 100 dias sem chuva significativa. Como medida emergencial, a prefeitura entrega diariamente um galão de 5 litros de água mineral para a população. Os moradores já chegaram a ficar quase 5 horas na fila esperando a distribuição. (Veja na reportagem abaixo). Moradores de Bauru enfrentam longas filas por galões de água distribuídos pela prefeitura O professor e pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Ricardo Hirata estuda alternativas para os municípios não dependerem exclusivamente das chuvas para abastecer a população. “Quando você fala o que essas cidades devem fazer, elas devem sair dessa ideia de esperar a chuva, num dá para esperar a chuva, de somente olhar a estiagem, que é um fato que vai se tornar cada vez mais comum, mas olhar como resolver isso através de investimentos bem colocados e através de gestão eficiente para o processo.” Rodízio no Abastecimento Galões de água são distribuídos para a população que está em racionamento no abastecimento em Bauru Prefeitura de Bauru/ Divulgação O Departamento de Água e Esgoto ampliou o racionamento no dia 2 de outubro, depois que o Rio Batalha registrou o menor nível do ano. Desde esta data o sistema funciona da seguinte forma: Grupos 1 e 2: 24 horas com água e 72 horas sem abastecimento; Grupo 3: 24 horas com água e 24 horas sem; Sempre que dois grupos forem abastecidos, no dia seguinte nenhum dos três receberá água. O DAE alerta que a normalização no início de cada ciclo pode demorar algumas horas até a pressurização total da rede, principalmente nas áreas mais altas. Em casos emergenciais, é possível solicitar caminhão-pipa pelo 0800 771 0195 ou pelo site da autarquia. Veja todos os bairros em sistema de rodízio: Grupo 1: Jardim Ana Lúcia, Jardim Central, Jardim Esplanada, Jardim Eugenia, Jardim Ferraz, Jardim Gaivota, Jardim Jandira, Jardim Noroeste, Jardim Ouro Verde, Jardim Shangri-Lá, Jardim Solange, Jardim Terra Branca, Jardim Vitória, Mutirão Jardim Ouro Verde, Núcleo Habitacional Joaquim Guilherme de Oliveira, Parque Fortaleza, Parque São Joaquim, Residencial Parque das Andorinhas, Residencial Parque dos Sabiás, Residencial Parque Granja Cecília A, Residencial Parque Granja Cecília B, Residencial Quinta Ranieri, Vila Bernardino Prates, Vila Carvalho, Vila D'Aro, Vila Falcão (parte), Vila Independência, Vila Ipiranga, Vila Maria, Vila Nipônica, Vila Nova Nipônica, Vila Nova Paulista, Vila Nova Santa Ignez, Vila Nove de Julho, Vila Paulista, Vila Popular, Vila Razuk, Vila Santa Ignez, Vila Santista, Vila São Francisco, Vila São João do Ipiranga, Vila Tentor. Grupo 2: Bosque da Saúde, Chácaras Cornélias, Jardim Aracy, Jardim Brasília, Jardim Celina, Jardim Dalila, Jardim de Allah, Jardim Faria, Jardim Jussara, Parque Alto da Boa Vista, Parque Jandaia, Parque Real, Parque São João, Parque Viaduto, Residencial Doutor Manoel Lopes, Vila Alto Paraíso, Vila Bela, Vila Dante Alighieri, Vila Falcão (parte), Vila Giunta, Vila Industrial, Vila Martha, Vila Nova Celina, Vila Pacífico, Vila Pacífico 2, Vila Paraíso, Vila Pelegrina, Vila Rocha, Vila Santa Terezinha, Vila Souto. Grupo 3: Vila Santa Izabel, Vila Nova Nise, Vila Régis, Vila América, Vila Santa Clara, Vila Frutuoso Dias, Vila Mesquita, Jardim Estoril, Jardim Nasralla, Vila Perroca, Jardim Pagani, Residencial Centreville, Vila Santa Tereza, Vila Antártica, Jardim Avenida, Vila Bonfim, Vila Altinópolis, Vila Reis, Vila Vieira, Vila das Flores, Vila Samaritana (parte) Vila Nova Cidade Universitária, Vila Ferraz, Vila Noemy, Vila Pinto, Vila Gorizia, Vila Ascenção, Vila Marinazan, Vila Nise, Vila Nova Santa Clara, Chácara das Flores, Vila Cardia (parte), Centro. Outras cidades Outras cidades do interior paulista também estão em racionamento de água por causa da estiagem. Em Salto, 11 reservatórios que abastecem a cidade são fechados entre às 13h e às 7h do dia seguinte Itupeva vem contando com a ajuda de uma cidade vizinha. A prefeitura de Jundiaí interrompe a própria captação no Ribeirão Hermida para aumentar o volume de água que chega ao Ribeirão Caxambu, fonte de abastecimento em Itupeva. 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